11 de abril de 2017

O esquecido Pedro Juvenal


                               
           
        A trajetória do ex-deputado Pedro Juvenal Teixeira de Carvalho tem sido pouco observada pelos estudiosos da política norte-rio-grandense, merecendo análise acurada acerca da sua atuação na região agreste.
        Nascido no município de São José de Mipibu em 19 de outubro de 1882, filho de Antônio Joaquim Teixeira de Carvalho e Honorina Leitão de Carvalho, foi o “mandachuva” da política mipibuense no período de quatro décadas, abrangendo a Velha e a Nova República.
        Em 1912, casou-se com Evangelina de Salles Dantas, filha do capitão Joaquim Silvino Ribeiro Dantas e d. Enedina Flora de Salles Dantas, tendo nascidos três filhos, falecidos infantes: Neide, Rivaldo e José. Enviuvando, em 1920, casou com Ana de Salles Dantas, sua cunhada, nascendo Maria Celeste (1923), solteira, e Antônio (1928), pai de Francisco Antônio e Sérgio Antônio Alves de Carvalho, filhos do primeiro casamento.
        Sua participação na administração do município de São José de Mipibu foi intensa. Era presidente da intendência em 1922, ano em que governou o estado Antônio José de Melo e Souza, amigo e correligionário, tendo batizado o filho Antônio em sua homenagem. Certa vez, visitando o compadre, o ex-governador indagou, qual a razão do seu afilhado estar irrequieto, chorando em demasia, parecendo assustado. O austero Pedro Juvenal, respondeu, com humor: “É da sua feiura, compadre!
         Outro político, com quem mantinha relação de amizade, foi o ex-governador Juvenal Lamartine de Faria, padrinho da sua filha Maria Celeste, que sobrevive, aos 94 anos, residente no bairro Tirol, em Natal.
        Exerceu o cargo de deputado estadual na 12a legislatura (1924-1926); em 1928, na 13a legislatura, substituiu vaga deixada pelo deputado Alfredo Bezerra da Costa Campos, encerrando sua participação na 14a  legislatura (1930-1932), tendo como colegas de Parlamento, o historiador Luís da Câmara Cascudo, padre Bianor Aranha, Nelson Newton de Faria, João Ferreira de Souza, João Severiano da Câmara, José Augusto Varela, dentre outros.
        Era proprietário de terras em São José de Mipibu e em outros municípios do estado, possuindo vasto terreno na lagoa do Bonfim, onde costumava levar para passeios, amigos e políticos em visita ao Rio Grande do Norte, sendo considerado pelo historiador e ex-deputado Gil Soares, pioneiro na divulgação do turismo na terra de Poti.
        Faleceu em São José de Mipibu, a 16 de junho de 1968, aos 86 anos.  
                                                                          João Gothardo Dantas Emerenciano


Referências
FERREIRA, José de Anchieta. História: Fatos e fotos. Natal: RN Gráfica e Editora, 1996.
LIMA, Manoel Jácome de. O Poder Legislativo do Rio Grande do Norte no Regime Republicano. Revista do IHGRN, vol. LVI-LVII-LVIII, anos 1964-1965-1966.
MOURA, Carlos Alberto Dantas. Família Ribeiro Dantas de São José de Mipibu. Brasília: Cegraf, Senado Federal, {19??}.


       
        

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