22 de novembro de 2017

Câmara Cascudo


Luís da Câmara Cascudo nasceu em Natal no dia 30 de dezembro de 1898, foi historiadorantropólogoadvogadojornalista. No jornalismo começou a trabalhar logo cedo, aos 19 anos de idade no jornal "A Imprensa", de propriedade de seu pai, e depois foi trabalhar no jornal  "A República", de 1939-1960. Neste período de atuação no jornalismo potiguar, já havia publicado quase 2.000 textos. As  crônicas para o jornal “A República”,  já mostrava a sua face de historiador do cotidiano, escrevendo  pequenos textos, chamados Actas Diurnas,  o dia a dia de Natal e de seu povo.  Narrando fatos com personagens ilustres,  pitorescos e anônimos. O que chamou atenção de muita gente e sendo uma das principais atrações do jornal na época.
Ele escolheu escrever no jornal “A República”, porque naquele período já era o melhor jornal do Estado do RN. Foi na “A República”, que ele criou três colunas interessantes, como:  BiblionBiblioteca e Acta Diurna. A coluna Biblion foi lançada em julho de 1928, foi suspensa nos anos 30 e reapareceu no último trimestre de 1933. Nela, Câmara Cascudo comentava livros que recebia de escritores locais e de outros Estados. A coluna Biblioteca, seria no mesmo conteúdo à coluna anterior, foi lançada em maio de 1939 e publicada diariamente até setembro deste mesmo ano.
Acta Diurna, essa considerada a mais importante, foi iniciada em maio de 1939   a 1946. De 1947 a 1952 ela passou a ser editada também pelo jornal Diário de Natal. De 1953 a 1958 a coluna foi suspensa e de 1959 a 1960, a coluna volta a ser publicada pelo jornal “A República”. Foram publicados, na totalidade, 1.848 artigos dos mais variados assuntos. Na coluna Actas Diurnas na “A República” publicou temas como “Sapato emborcado”,  em 31 de dezembro de 1944.  O luto foi branco?,  em 17 de abril de 1941, entre muitos outros. Esses textos levantavam questões  desconhecidas do leitor norte-rio-grandense e  que engrandeceram o conteúdo do jornalismo da época.
Na sua trajetória no jornalismo do RN foi repórter e pioneiro do “Jornalismo Cultural”, introduzindo temas como história, geografia, folclore, fato inédito até aquele momento. No decorrer dos anos, Câmara Cascudo tem sido homenageado de várias maneiras. A mais tradicional tem sido dar seu nome à instituições ligadas à cultura. Como por exemplo:  o Memorial Câmara Cascudo, a biblioteca e do museu que levam seu nome.  A conservação da casa da “Junqueira Aires”, onde Cascudo viveu a maior parte de sua vida, também faz parte de sua homenagem.

Ele passou toda a sua vida em Natal e foi professor da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Pesquisador das manifestações culturais brasileiras deixou uma ampla obra, inclusive o Dicionário do Folclore Brasileiro (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma patrícia (1921), Contos tradicionais do Brasil (1946). Estudioso do período das invasões holandesas, publicou Geografia do Brasil holandês (1956). Suas memórias, O tempo e eu (1971), foram editados postumamente. Ele faleceu em Natal, 30 de julho de 1986.

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