1 de fevereiro de 2018

Nomes de árvores nos municípios do RN


 Edson Benigno

        Alguns municípios do RN têm no seu nome o mesmo de algumas árvores existentes no país. Algumas delas são homenagens que se dá por serem comuns na região. Noutros municípios, o nome é por outros motivos; como por exemplo, Carnaúba dos Dantas, que é um município do RN,  e seu nome, segundo alguns pesquisadores, tem  como origem a planta de mesmo nome, transplantada para fazendas pertencentes a proprietários da família Dantas que habitavam a região. Outra hipótese do nome Carnaúba dos Dantas é que na região do município existia grande quantidade de antas, mamífero brasileiro, o qual teria dado origem ao nome da cidade da seguinte maneira: Carnaúba das Antas, que originou D'Antas, que mais tarde viria a se chamar Carnaúba dos Dantas. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2008, sua população é de 7.041 habitantes. Outros municípios que têm nomes de árvores - confiram:
        Angicos - Normalmente são árvores de médio a grande porte, comuns em capoeiras ou na colonização de áreas abertas;no inverno perde totalmente as folhas. A espécie mais comum em nossa região é o angico-branco. Suas flores diminutas são agrupadas em pequenos "pompons" brancos, por sua vez agrupados em cachos grandes, revestindo de branco as copas verdes.  Possui tronco acinzentado, tortuoso e alto, com copa ampla de folhagem rarefeita, no total chegando aos 20-25 metros. Não é difícil localizá-lo nos capoeirões e matas da região, onde é também chamado de "angiqueiro".
       De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2004, a população de Angicos era estimada em 11.956. O município foi emancipado de Assu em 11 de abril de 1833.A cidade notabilizou-se pelas experiências pioneiras de Paulo Freire com seus métodos de alfabetização. E em 2009 recebeu os primeiros alunos da UFERSA Angicos, provisoriamente na Escola Padre Felix. No dia 28/02/2011 começou a funcionar em sua sede própria a Universidade Federal Rural do Semi-árido UFERSA. Angicos passou então a ser conhecida na região como Cidade Universitária.
    Baraúnas – Árvore da família das leguminosas, nativa do Brasil e mede até 17 metros. É também madeira-de-lei brasileira, acastanhada, chegando a ser quase negra, e como seiva, sendo medicinal e industrial. Suas folhas são imparipenadas e possui grandes flores amarelas. Seus frutos são cilíndricos e grossos. É também uma árvore da chuva, como a baraúna preta, canela, canela amarela, coração-de-negro, Maria-preta, Maria-preta-da-mata , Maria-preta-do-campo, muiraúna, paravaúna, parovaúna, perovaú  e rabo- de- macaco.
     Baraúnas  Localiza-se na microrregião de Mossoró. Sua população estimada em 2004 era de 20.693 habitantes. O município foi emancipado de Mossoró no dia 15 de dezembro de 1981. Limita-se com o município que lhe deu origem, Mossoró (a leste), Governador Dix-Sept Rosado (ao sul), e com o estado do Ceará (ao norte e a oeste), sendo Aracati(ao norte) e Quixeré e Jaguaruana (a oeste). O solo tem utilidade restrita para lavoura, favorecendo culturas especiais de ciclo longo (algodão arbóreo, sisal, caju e coco).
      Caraúbas- É derivado da existência de uma densa mata povoada por Caraúbas (Jacarandá copaia – é seu nome científico)– árvores de casca amargosa e flores amarelas, situadas na margem direita de um afluente do Rio Apodi. Caraúbas é uma planta da família das Bignoniáceas.  Essa árvore é também muito comum nas margens de um afluente do Rio Mossoró, onde no século passado sempre deu muitas  sombras  aos viajantes, nas suas jornadas. Eles tinham um ponto de descanso na várzea das Caraúbas, nome que com o tempo passou a ser município importante do Estado do RN.
       O primeiro nome dado a Caraúbas foi Várzea das Caraúbas; depois os índios Payacus chamaram Carahu-mba (fruta da casaca negra) – nome de uma árvore na linguagem indígena (tupy guarany); logo após os tropeiros chamaram-na de Caraúbas, nome que passou ao Município e posteriormente à cidade. Com o crescimento da povoação foi criado o Distrito de Paz de Caraúbas no dia 23 de março de 1852, pela Lei Provincial nº. 250, sendo instalado um Juizado de Paz, depois é que passou a Município e, mais tarde, Cidade.
       Monte das Gameleiras - É uma árvore de grande porte da família das moráceas, do gênero fícus, com madeira utilizada para a confecção de gamelas e objetos domésticos. Não se confundir com a gameleira-branca, que é outra árvore. Tem característica nativa em todo o Brasil, pode atingir entre 10 e 20 metros de altura. Suas raízes se espalham, formando uma base característica da espécie. Seus frutos são pequenos, redondos, macios e verdes. Suas sementes também são pequenas, parecidas com as de figo, também chamada de iroko. Suas folhas são utilizadas no preparo de água sagrada nos rituais da cultura afro- brasileira.
           Monte das Gameleiras está localizado na microrregião da Borborema Potiguar. O nome originou-se da árvore Gameleira e acrescentando Monte, por existir área alta naquela localidade. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2000, sua população é de 2.541 habitantes.  O lugar é conhecido pela sua rica cultura e onde já foram realizados diversos projetos  de literatura de cordel. Estas obras foram produzidas pelo povo, somando-se à difusão popular da arte folclórica.  Nessa manifestação o povo conta os costumes, as crenças ou personagens (reais e imaginárias).
Macaiba ainda é conhecida como macaúva, macaúba, macauveira, coco-de-espinho. A macaúba, coco - baboso ou coco-de-espinho é uma palmeira nativa brasileira. Com altura até 15 m, a árvore é ornamental. Seus frutos são comestíveis, e de sua amêndoa se extrai um óleo fino semelhante ao da oliveira. Do miolo do tronco se faz uma fécula nutritiva, as folhas são forrageiras e têm fibras têxteis usadas para fazer redes e linhas de pescar. A madeira é usada em construções rurais.
        Macaiba tem na sua história a fundação por parte do paraibano Fabrício Gomes Pedroza, natural de Areia. Chegando ao RN seu Fabrício casou-se e construiu a histórica casa assombrada em terras do seu sítio. A cidade na época chamava-se Coité. Dizem que no quintal de sua residência existia uma palmeira chamada Macaiba pela qual ele tinha grande admiração. Então, certo dia do ano de 1855, reuniu-se com os moradores, numa festa em sua casa e propôs mudar o nome da localidade de Coité para Macaiba. Sua posição estratégica, a caminho de Natal, impulsionou o comércio.
      Pau dos Ferros - É uma árvore, mais precisamente de marcas fixadas com ferro em brasa numa oiticica muito frondosa que, pela sua grande dimensão, oferecia uma farta sombra e conseqüentemente um excelente local para o repouso dos vaqueiros, quando chegavam cansados do difícil trabalho de campear reses tresmalhadas.  Já o nome popular pau-ferro é usado para várias árvores brasileiras, da família: Fabaceae Características das folhas (tamanho; persistência): pequenas; seu crescimento é rápido e sua floração é amarela enquanto a frutificação é vagem, e se dá mais precisamente no período entre  agosto a outubro.
             Em 1841, começava uma série de tentativas para fazer de Pau dos Ferros um município. Era uma luta que unia todo o povo e estendeu-se por vários anos. A Resolução Provincial nº 344, de 4 de Setembro de 1856, tornou Pau dos Ferros em cidade do interior do RN. O nome se deu pelo motivo de ser um costumeiro local de parada, os vaqueiros decidiram gravar no tronco da grande árvore, com ferro em brasa, as marcas de seus patrões, com a finalidade de que todos passassem a conhecer os carimbos, uns dos outros, para poderem identificar as reses perdidas nos pastos e fazê-las retornarem ao seu dono.
      Umarizal - ( Umarizeiro )  é uma árvore de grande porte, frondosa, com caule e ramos cheios de pequenos espinhos, comum  no Sertão do Nordeste brasileiro. Os frutos, chamados umari, embora um pouco amargos, comem-se cozidos ou em mingaus, por ocasião das secas e mesmo nos tempos normais. Deles se retira uma massa (mesocarpo), tida como peitoral e vermífuga. As folhas constituem substancial ração para o gado; o chá das mesmas, misturadas com os brotos, passa por emenagogo e antidiarréico.
     Umarizal é localizado na mesorregião do Oeste Potiguar. No dia 27 de novembro de 1958, pela Lei nº 2.312, Umarizal desmembrou-se de Martins e tornou-se um novo município potiguar. A cidade já foi chamada de Gavião (nome do povoado que deu origem a cidade, quando ainda fazia parte da comarca de Martins) e de Divinópolis (nome que teve que ser alterado devido à cidade homônima de Minas Gerais). Atualmente é município muito desenvolvido, não só na parte econômica, como na sua estrutura de moradia.


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